segunda-feira, 11 de junho de 2012

a MINHA vida

Cansei, não sei que rumo tomar.
Cansei da vida e seus dissabores,
De onde td é tão cobrado e nada entendido.
Cansei desse jeito de viver mais ou menos, onde tudo é simplesmente "levado"
Cansei destes medos e a forma que as coisas vão se desenrolando.
Cansei de onde tudo parece conspirar contra, onde as coisas são despejadas em cima de mim.
Cansei da aceitação,
Cansei de não ter as respostas,
Cansei de ser só,
Cansei de ter que lutar,
Cansei dos dissabores,
Cansei da vida...

Parece que é mais cômodo não entender, que é mais cômodo o brinquedinho antigo ficar esquecido no canto, deixá-lo lá, só, envelhecendo, amargurando, afinal, se não tiver que encontrá-lo sempre, não há do que se cobrar.
O brinquedo antigo acompanhou as etapas de crescimento na vida, com ele houve aconchego, mas tb houve enfrentamentos pessoais.
Então, deixa ele lá, esquecido no canto, porquê mesmo que ele tenha acalentado o coração, se deparar com ele a todo momento é ter que lidar com as incertezas e medos enfrentados anteriormente, e isso, não é cômodo.
A opção pela comodidade é mais segura, o brinquedo novo não é tão querido, mas traz segurança e a tranquilidade de poder esquecer-se de si.

Bom, a verdade é que li um texto no blog Cem +1 denominado "As marcas que quase ninguém vê", e este texto me abalou profundamente, e os comentários ainda mais.
Fico lendo, analisando e me identificando com muitas partes dele, assim como me identifiquei em muitos comentários
Em muitos momentos da minha pequena existência concluí que para mim é mais dolorido do que para as outras pessoas acordar, lidar com o mundo, conviver com a pequenez das pessoas, não pq eu seja egocêntrica, não é isso, tb não pq eu não seja, mas é que o ser humano tende a colocar o mundo sob sua perspectiva e percepção, então se as pessoas lhe parecem tranquilas e conseguem sorrir na vida, trabalhar, conversar e conviver entre si é pq não tem essa dificuldade de convivência, deu para entender o raciocínio?
Bom, enfim, sei que em vários momentos sinto esta dor descomunal ao me deslocar, ao ter que conviver socialmente, e então me enterro na minha cama, por vezes planejo ir morar em um lugar distante, onde ninguém fale a minha língua, e eu more só, com muitos filmes e livros em uma pequena edícula. Nunca tentei pôr fim a minha vida, mas entendo perfeitamente a diferença entre querer estar morta e querer morrer. Eu quero estar morta, todas estas vezes.
A lembrança da peça "Um Navio no espaço ou Ana Cristina César" também se fez presente a cada linha que meus olhos percorriam. Lembro de ter me emocionado durante a apresentação, não só por estar vendo o Paulo José com encantamento e ter ido cumprimentá-lo -cahan-, mas pela história, com o desfecho da história e da vida de Ana Cristina César.
Eu enfrento este bichinho ~é a forma que chamo a depressão~ há alguns anos, tenho agora procurado tratamento, porém tenho passado por uma fase, que confesso, não quero me tratar, quero sumir.
E então vêm as cobranças do tipo: - E suas filhas? Sua vida vale tão pouco?
Com licença quem não gostar, mas as minhas filhas? Não faz parte da cabeça depressiva como irão ficar os demais, afinal se uma pessoa que está em depressão significa que ela não tem dado conta de si, o que dirá das outras criaturas, mesmo que elas sejam lindas e tudo que conseguimos é sentir amor por elas.
Sim, elas são o que me segura, que me faz levantar, trabalhar e desejar o melhor para mim, pois só assim poderei dar a elas o que precisam para serem melhores para si.
Minha cabeça roda, transita no passado, no presente e futuro e concluo que não sei lidar com as dores e angústias que tenho sentido, não penso pôr um fim real à minha vida, mas concordo ao pensar que não seria nada mal esquecer dela, ou de parte dela, e aí pondero: Isso tb não é pôr fim? Deve ser.
E então lembro-me de Karen e volto intensamente desejar que a minha vida seja uma obra de ficção. Que a vida imite a arte!

Um comentário:

Letícia disse...

Eu não posso te dizer que tudo vai passar, porque eu mesma não tenho esse otimismo todo.

Mas posso dizer, sim, que torço para que você encontre um tratamento que te ajude. Que doa menos. Que seja mais fácil respirar. Que você seja feliz.

Um beijo.