sábado, 21 de setembro de 2013

A Construção de um Herói

O País, carente de heróis resolveu criar um.
Procurou um com tom de pele que durante muitos anos foi socialmente excluído e, hoje não pode ser, pelo menos publicamente, porque é crime.
Não que este senhor não tenha cometido lá seus crimes, bateu em mulher, agrediu colegas de trabalho, rasgou constituição, mas foi relator, ou seja, relatou, leu, os autos de um processo no Poder Supremo do País, logo, juntando a carência de um povo com um processo de provas insuficientes, foi o suficiente para acobertar o crimes deste senhor.
Não, o povo não está errado de cobrar, de querer ver os julgamentos acontecerem, mas se já sub-julgam, para que precisam do Poder Supremo que condena ou inocenta a bel-prazer?
Então eis que chegam 5 ilustres, quase conhecidas, protestar contra uma lei que garantiu direitos a quem a mídia já tinha decretado culpado. Ora, há pouco todos gritavam que queriam que se cumprisse a lei e, agora protestam pelo seu cumprimento?
Há muitas contradições, inclusive, onde estas mesmo 5 ilustres se abrigam financeiramente, um lugar onde houve apoio a Ditadura brasileira, mas não perde a oportunidade de criticar a cubana, sem contar que sonegam milhões e anualmente pedem doações de bilhões em uma campanha para a "Esperança".
Quantas contradições em um país que não sabe muito bem o que quer, nem para onde vai. Vai no arrastão, vai na multidão, vai no poder da mídia que controla a massa.
Massa essa de coxinhas, que está cada dia mais estragada e com recheio de cartilagens.
Cria-se heróis baseado em nada, ou melhor, baseado na carência de heróis.
Precisamos que nossos esportistas voltem a aparecer, se manifestar, amar uma camisa, um time, o país onde vivem e, que vivam entre nós e não em outros países, onde tem uma folha de pagamento maior.
Claro, quem não quer uma folha de pagamento mais encorpada? Mas nem por isso se deve perder os princípios, os valores éticos e morais, sair por aí repetindo bonitas frases de efeito moral para "se sair bem na fita".
Que se construa heróis, mas que sejam eles verdadeiros, que não sejam gritados e muito menos impostos pela grande massa manipuladora de ideias, que estes heróis não sejam levantados em falsos alicerces, nem através de fotografias de grande impacto, que apenas palavras rebuscadas não sejam suficientes, que se cobre bons exemplos e, que tão pouco o remorso de um dia ter sido o maior alvo de preconceito, não tome conta da nossa capacidade de discernimento.
Consertemos nossos erros, enterremos nossos preconceitos, levantemos nossos heróis, deixemos o luto e vamos a luta, amemos nossa Pátria Mãe Gentil e sejamos filhos gentis.


domingo, 15 de setembro de 2013

O que foi feito, amigo?


   Dia destes fui visitar meu orkut, ainda tá lá, com aquela medalhinha por eu ser usuária há mais de 5 anos. Usuária, tipo droga, né?
     Mas verdade seja dita, eu entrei no orkut quando ainda se precisava de convite e me lembro dos primeiros contatos com ele, achei tudo lindo e muito legal, reencontrei muita gente da infância, adolescência, me senti muito próxima de várias pessoas e até sou dona de uma comunidade com mais de 2000 pessoas, hahaha.
     Enfim, fui ver as fotos e salvar algumas para colocar no face, pra mim o migrakut nunca funcionou.
     Em meio a tantas fotos, fotos de amigos, algumas mais recentes, outras de adolescência e resolvi colocá-las no face e fazer as devidas marcações, nenhuma horrenda, mas antiga, onde podemos agradecer ao tempo por ele ter passado.
     Fiquei feliz com a receptividade de uns, embaraçada com o silêncio de alguns e cheguei a pensar que nem tudo estaria perdido com o comentário de outros, ledo engano.
     Hoje, uma semana depois, fui mostrar para uma outra amiga e vi que uma pessoa se desmarcou das fotos, fiquei demasiadamente chateada e então apaguei todas as fotos da época, afinal, como eu disse não havia ninguém horrendo a ponto de se desmarcar, são apenas fotos antigas que se registrou momentos bons e até, porquê não, importantes da nossa vida? Do tempo em que se revelava fotografias. Mas fiquei chateada e tirei do face, eu teria achado mais conveniente a pessoa ter vindo até mim e falado: - Tem outra foto nossa? Aquela não me valoriza muito, mas aquele momento foi ótimo, porém de qualquer forma eu preferia deixar nossa amizade registrada com uma fotografia melhor. Ou algo do gênero.
     Não importa, não era preciso agir como se eu houvesse feito uma ofensa e não uma homenagem.

     Bom, eu sei que me coloquei a relembrar e pensar nos acontecimentos, depois da chateação e concluí que: amizade de adolescência é bom sim, demais, e com algum esforço conseguimos manter, mesmo que nossa vida mude o rumo completamente, que o gosto seja outro, que venham namorados, maridos, filhos...Tenho alguns amigos mais antigo que podem comprovar, porém, amizade nenhuma é mantida sem carinho, sem regar, sem ligar.
     Não existe amizade bem sucedida com: -Vamos marcar um dia.
     Adolescentes estão descobrindo o mundo e as maiores influências da vida de uma pessoa são seus
amigos daquela época, são eles que compartilharam os maiores segredos da vida, afinal, depois dos 30 poucos são os grandes segredos.
     Adolescentes tem um mundo para desbravar, e poucas coisas é tão boa quanto se sentar 15, 20, 50 anos depois e chorar de rir, de saudade, de alegria dos planos e até dos objetivos alcançados.
     Amigos que fazemos na adolescência são irmãos extras que Deus dá pra gente.


     Há alguns, não muitos anos atrás, eu estava de visita a minha cidade, a qual eu voltei a morar, e uma das minhas amigas de adolescência foi apresentar uma peça teatral, então eu peguei Sofia, convidei meu tio e fomos, daí Sofia perguntou: - Mãe porque a gente tem que ir ver esta peça?
     E meu tio, mais rápido do que eu, respondeu:
- Porque quem vai estar na peça é uma amiga da sua mãe, desde que ela era nova, e você vai crescer, casar, ter filhos e elas continuarão sendo amigas, até ficarem velhinhas.
     E eu nesta hora tive convicção que ele falava uma verdade.
     Hoje eu lamento, não sei mais nem se ela tem celular, moro bem perto das minhas amigas de adolescência e só vejo uma, a que mora mais longe.
     Tenho consciência que os interesses mudam, o ritmo é outro, assim como tenho certeza que é possível regar uma amizade até quando se está distante, o que dirá perto.
     Mas a distância não se dá somente a geografia, se dá também a importância que você dá para esta ou aquela pessoa, aquele acontecimento, aquela fase.
     O fato é que crescemos, e os antigos amigos podem continuar sendo amigos, afinal se cabem os novos no nosso dia-a-dia podemos manter os que vieram antes.
     Nos adaptamos tanto com o novo e simplesmente descartamos os antigo, esquecendo o custo que foi cativá-lo.
     E assim formamos laços superficiais, nos trancamos em nossa falsa felicidade, descartando passagens ruins das nossas vidas, juntos com as pessoas e lamentavelmente enterramos passagens boas e bonitas.
     Seguiremos assim, descartando os amigos, os amores, a vida.
     Troquemos de amigos, como um adolescente troca de namorado.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Tempo

E o tempo vem como uma avalanche.
Sem que se percebesse ele passou,
E a vida aconteceu,
E machucou,
E a gente descuidou,
E marcou,
E o coração endureceu,
As lágrimas secaram,
O amor morreu.

A vida corre,
Sem que se note.
Rugas,
Pés de galinha,
Celulites,
Gorduras,
Descuido,
Desilusão,
Desamor.

O relógio não para,
O tempo não perdoa,
A vida não volta.
Lembranças,
Histórias,
Marcas,
Passado,
Presente,
Futuro!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Padecendo no Paraíso

     Elas estão se revezando.
     Há umas três semanas foi Valentina que acordou de madrugada com dificuldade para respirar, então às 3:30h da manhã lá estava eu, dando entrada no Pronto Socorro.
     Semana passada foi Sofia que me fez ir ao hospital correndo, 4h da manhã. Levou um tombo da cama e se queixou de muita dor. Fomos liberadas depois de um raio-x e muitas perguntas e olhares desconfiados. Fomos liberadas depois que foi concluído que ela apenas caiu da cama.
     Há dois dias atrás Valentina acordou, por volta desta mesma hora, 3:30h, 4h, vomitando. Depois de um banho foi deitar com a mamãe sorrindo.
     E hoje, Sofia, um pouco mais tarde, 5:30h, acordou se sentindo mal, tonta, com náuseas, dor-de-cabeça e afins, claro, fomos novamente correndo para o Pronto Socorro.

     Aí me perguntam: - O que você faz da vida?
     - Sou mãe!
     - Não! Para viver.
     - Ah! Para viver?
     - Bom sinto o cheiro delas, cada vez que vem para o meu colo, sorrindo, chorando, ou só em busca de colo, farejo, como um bicho, para sentir o cheiro das minhas crias.
     Ás vezes as chamo para o meu colo, com saudade do cheiro delas.
     Ás vezes chegam da brincadeira, suada e mesmo assim, é o melhor cheiro do mundo.
     Por vezes esbravejo e grito, dentro de mim, que não nasci para ser mãe, que não tenho paciência, que me falta este dom e que eu não aguento mais, até que uma delas chega e quando eu percebo já invadiu o meu colo e sinto o cheiro de filha.
     Até quando uma grita de fome e a outra pede uma revistinha no banheiro, para ajudar a fazer cocô, e eu penso nos comerciais de margarina, me perguntando onde está o romantismo de ser mãe, com sobrancelha bem tirada, unhas feitas e um maridon boniton e gente boa, mesmo assim eu continuo sendo mãe.

     Tantas outras vezes quero desistir, não é fácil ser uma mãe separada e responder a todas as perguntas.
     Outras vezes quero ser a mulher mais linda e inteligente do mundo.
     Ver minhas filhas rirem e com muita satisfação proferirem: - Esta é a minha mãe! Sabe até que chuchu se escreve com ch, além da letra de todas as músicas do mundo!
     O fato é, que querendo ou não, me divertindo ou não, gostando ou não, e eu até gosto, mesmo não sendo muito, para viver eu sou mãe.