domingo, 15 de setembro de 2013

O que foi feito, amigo?


   Dia destes fui visitar meu orkut, ainda tá lá, com aquela medalhinha por eu ser usuária há mais de 5 anos. Usuária, tipo droga, né?
     Mas verdade seja dita, eu entrei no orkut quando ainda se precisava de convite e me lembro dos primeiros contatos com ele, achei tudo lindo e muito legal, reencontrei muita gente da infância, adolescência, me senti muito próxima de várias pessoas e até sou dona de uma comunidade com mais de 2000 pessoas, hahaha.
     Enfim, fui ver as fotos e salvar algumas para colocar no face, pra mim o migrakut nunca funcionou.
     Em meio a tantas fotos, fotos de amigos, algumas mais recentes, outras de adolescência e resolvi colocá-las no face e fazer as devidas marcações, nenhuma horrenda, mas antiga, onde podemos agradecer ao tempo por ele ter passado.
     Fiquei feliz com a receptividade de uns, embaraçada com o silêncio de alguns e cheguei a pensar que nem tudo estaria perdido com o comentário de outros, ledo engano.
     Hoje, uma semana depois, fui mostrar para uma outra amiga e vi que uma pessoa se desmarcou das fotos, fiquei demasiadamente chateada e então apaguei todas as fotos da época, afinal, como eu disse não havia ninguém horrendo a ponto de se desmarcar, são apenas fotos antigas que se registrou momentos bons e até, porquê não, importantes da nossa vida? Do tempo em que se revelava fotografias. Mas fiquei chateada e tirei do face, eu teria achado mais conveniente a pessoa ter vindo até mim e falado: - Tem outra foto nossa? Aquela não me valoriza muito, mas aquele momento foi ótimo, porém de qualquer forma eu preferia deixar nossa amizade registrada com uma fotografia melhor. Ou algo do gênero.
     Não importa, não era preciso agir como se eu houvesse feito uma ofensa e não uma homenagem.

     Bom, eu sei que me coloquei a relembrar e pensar nos acontecimentos, depois da chateação e concluí que: amizade de adolescência é bom sim, demais, e com algum esforço conseguimos manter, mesmo que nossa vida mude o rumo completamente, que o gosto seja outro, que venham namorados, maridos, filhos...Tenho alguns amigos mais antigo que podem comprovar, porém, amizade nenhuma é mantida sem carinho, sem regar, sem ligar.
     Não existe amizade bem sucedida com: -Vamos marcar um dia.
     Adolescentes estão descobrindo o mundo e as maiores influências da vida de uma pessoa são seus
amigos daquela época, são eles que compartilharam os maiores segredos da vida, afinal, depois dos 30 poucos são os grandes segredos.
     Adolescentes tem um mundo para desbravar, e poucas coisas é tão boa quanto se sentar 15, 20, 50 anos depois e chorar de rir, de saudade, de alegria dos planos e até dos objetivos alcançados.
     Amigos que fazemos na adolescência são irmãos extras que Deus dá pra gente.


     Há alguns, não muitos anos atrás, eu estava de visita a minha cidade, a qual eu voltei a morar, e uma das minhas amigas de adolescência foi apresentar uma peça teatral, então eu peguei Sofia, convidei meu tio e fomos, daí Sofia perguntou: - Mãe porque a gente tem que ir ver esta peça?
     E meu tio, mais rápido do que eu, respondeu:
- Porque quem vai estar na peça é uma amiga da sua mãe, desde que ela era nova, e você vai crescer, casar, ter filhos e elas continuarão sendo amigas, até ficarem velhinhas.
     E eu nesta hora tive convicção que ele falava uma verdade.
     Hoje eu lamento, não sei mais nem se ela tem celular, moro bem perto das minhas amigas de adolescência e só vejo uma, a que mora mais longe.
     Tenho consciência que os interesses mudam, o ritmo é outro, assim como tenho certeza que é possível regar uma amizade até quando se está distante, o que dirá perto.
     Mas a distância não se dá somente a geografia, se dá também a importância que você dá para esta ou aquela pessoa, aquele acontecimento, aquela fase.
     O fato é que crescemos, e os antigos amigos podem continuar sendo amigos, afinal se cabem os novos no nosso dia-a-dia podemos manter os que vieram antes.
     Nos adaptamos tanto com o novo e simplesmente descartamos os antigo, esquecendo o custo que foi cativá-lo.
     E assim formamos laços superficiais, nos trancamos em nossa falsa felicidade, descartando passagens ruins das nossas vidas, juntos com as pessoas e lamentavelmente enterramos passagens boas e bonitas.
     Seguiremos assim, descartando os amigos, os amores, a vida.
     Troquemos de amigos, como um adolescente troca de namorado.

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