sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Re-Partida

A cada amor partido, em mil me reparto
Mais uma experiência dolorida do parto.
Das lágrimas que saltam dos olhos se misturam com as que outrora saíram
Lágrimas que escorrem do que recém partiu e das frustrações de tempos idos.
Mas o amor, o amor não parte, não salta desvairado do peito,
Como no parto ele apenas renasce.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Crescendo

          10, 15, 18 e 22 anos.
          Hoje, 36, em alguns momentos entre uma foto e outra e hoje os olhares ainda perdidos fizeram parte de mim, este olhar de quem enxerga o mundo mais além e sente muito mais profundo.
         Sonhos tolidos e também desesperança, medo, dor. No entanto, o que mais me chama atenção é que o olhar profundo, que vem de dentro d'alma foi sempre resgatado e me acompanha.
          Este olhar ainda é o meu, de quem olha para frente com mais anseios e vontade, acrescido de um outro olhar, para o hoje, o agora que estou aprendendo a viver.
          A primeira foto é na fazenda dos meus tios, estávamos cozinhando entre vários primos e meus tios, acho que era um bolo. É um cenário tão vívido em minha memória e que eu tive o incomensurável prazer de voltar 20 anos depois, e ao caminhar por aquele lugar tão familiar me revi enquanto andava pelas estradas olhando para o céu e copas das árvores, como faço comumente, foi então que instintivamente levei o pé para subir um degrau, então abaixei os olhos e lá estava, um degrau de uma raiz de árvore que a minha memória guardou, subindo aquele degrau estava o pé de uma criança de 7 anos, com uma bota branca maior que o pé. Então corri e subi em cima do coxo, fazendo-o de palco, como outrora.
          No fim do processo me percebi ainda como aquela criança, que carrega consigo sonhos e uma forma estranha de acreditar nas pessoas e no futuro.
          Esta cena, com certeza, faz parte do processo de cura que venho encontrando dentro de mim, um processo sem fim, mas que se torna menos dolorido a cada dia.
          A vida me amadureceu, mas o olhar, ah o olhar, ainda é sonhador e ultrapassa os muros e barreiras.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Liberdade Consistente

          Em uma conversa com uma amiga hoje à respeito do tempo, da vida, dos sentimentos, relacionamentos humanos e fim de relacionamentos amorosos ela faz uma observação que consiste no seguinte:
          - Como ficamos cegas quando estamos na relação, né?
          Eu ponderei e disse que não sinto que é cegueira, mas sim que é vontade de ter alguém, porquê viver sozinha também cansa!
          Então o diálogo continuou com ela dizendo que somos nós que temos que olhar o que falta dentro da gente, o que precisamos, que para não pensar é preciso preencher a nossa vida com bastante atividade, enfim...Que a pessoa que ela curte, também a curte, mas não quer relacionamento para não perder a liberdade.

          Olha, confesso que nesta hora me dá palpitação de pensar assim, o Universo consiste no Yin e Yang, no Duo, então porquê nós, seres humanos que estamos aqui para procriar, desenvolver espiritualmente, conviver, nos apoiar precisamos aprender a viver sozinhos e nos preencher de atividades para sufocar nossos sentimentos?
          Sentimento é para viver sim, ouvir sim, isto não significa de forma nenhuma ser uma pessoa desequilibrada, mas sim cumprir algumas leis Universais, não nascemos e não nos enterramos sozinhos, então porquê a vida tem que ser solitária?
          Não necessariamente um relacionamento amoroso, afinal as amizades também estão aí para nosso desenvolvimento, abrigo e aconchego, mas também amoroso, afinal, que covardia é essa ao sufocar os sentimentos?
          Curtir um ao outro e não se relacionar para não perder a liberdade? Oras, uma coisa não anula a outra, sejamos libertos juntos.
          Não quer ficar, ok, tudo bem, ninguém precisa e nem tem que querer, mas se olhar, se permitir, sonhar, sentir, tudo vem no pacote da vida e não devemos colocá-la nas profundezas do nosso ser.
          Sejamos livres o suficiente para nos permitir sentir.

terça-feira, 31 de julho de 2018

Ninho

As fotos e vídeos publicadas do III Festival da Mandioca parecem utópicas, mas assim é viver em Monteiro Lobato, no afastado Bairro do Souzas, utópico!
A saudade e o coração aceleram com cada lembrança, a vida que se desenvolve ao redor é tão intensa e simples que dá vontade de aninhar, mas passarinho que voar, precisa voar.
Mas não demore tanto para voltar passarinho, porquê o coração entoa cantos, ritmos e danças.
Siga seu rumo passarinho, mas lembre do verão que sempre faz no coração quando pousa neste ninho.

Reencontro(s)

E então saí correndo deixando os chinelos pelo meio do caminho e segurando a saia.
Fui rindo e rodopiando para o meio da roda dançar como já era de costume.
A emoção tomou conta, mas não foi a artista principal.
Os sorrisos encontrados protagonizaram todo o capítulo.

Lembranças de gratidão,
Sentimento de amor,
Abraços de coração,
Reencontros de almas,
Confidências,
Saudade...
Partida repartida,
Porém recomposta!
Refeita!
Ressurgida!
Reinventada!
Inteira!

terça-feira, 13 de março de 2018

Sem Rima

Assim como hei de amá-lo, hei de me amar
Olhando-me calma e profundamente
Transcorrendo amor e transbordando

Identificando-me em cada olhar
Olhando-me no espelho
Aceitando minha história,
Meu Amor.

Não há métricas,
Nem rimas,
Apenas rimos.